sábado, 30 de abril de 2011

Mais forte do que o crack, óxi chega a São Paulo após se espalhar por dez Estados

Ainda desconhecido pela maioria da população, o óxi ou oxidado, uma droga parecida com o crack, só que mais devastadora, já se espalhou por dez Estados do país e recentemente chegou a São Paulo. Assim como o crack, o princípio ativo do óxi é a pasta base da folha de coca. Enquanto o crack é obtido a partir da mistura e queima da pasta base com bicarbonato de sódio e amoníaco, no óxi são utilizados cal virgem e algum combustível, como querosene, gasolina e até água de bateria --substâncias que barateiam o custo do entorpecente.
O óxi é inalado ou fumado, assim como o crack, na lata ou no cachimbo. A droga é produzida na Bolívia e no Peru e começou a entrar no Brasil em 2005 pelo interior do Acre. Em pouco tempo, chegou a Rio Branco, onde atualmente há um número elevado de usuários, e se espalhou para outras capitais da região Norte, como Manaus (Amazonas), Belém (Pará), Macapá (Amapá) e Porto Velho (Rondônia).
Nos últimos meses, houve apreensões e registros de usuários em Goiás, Distrito Federal, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Piauí --onde foram confirmadas 18 mortes só neste ano por conta do uso do óxi. Há rumores da circulação da droga no Mato Grosso, Maranhão e Paraná, embora não haja registros oficiais.
A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), subordinada ao Ministério da Justiça, informou que pesquisadores do órgão registraram a circulação da droga em Santos (SP), mas não forneceu mais detalhes. Na capital, não há registros de usuários de óxi no SUS (Sistema Único de Saúde), segundo a Secretaria de Estado da Saúde. A Secretaria Municipal da Saúde da capital paulista, que faz um trabalho com usuário de drogas na Cracolândia, região central, também afirma não ter encontrado a droga.
Oficialmente, o Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) da Polícia Civil ainda não fez apreensões da droga. Segundo o órgão, no entanto, o óxi já pode ter sido apreendido, mas não foi diferenciado em razão de sua semelhança com o crack. A maior diferença na aparência entre as duas drogas é a cor mais amarelada do óxi, enquanto a pedra do crack é mais clara.

Composição da droga

- Pasta base da folha de coca
- Cal virgem
- Combustível, como querosene, gasolina e até álcool de bateria
O delegado Reinaldo Corrêa, da Divisão de Prevenção e Educação (Dipe) do Denarc, cita um episódio ocorrido em março deste ano, em que foram apreendidos 200 kg de crack em um laboratório no Ipiranga, zona sul de São Paulo. Na ocasião, a polícia prendeu oito mulheres contratadas em Alagoas para empacotar a droga, além de seis homens que compravam a droga no atacado na Bolívia. Na época, o Denarc anunciou que a apreensão era de crack, mas segundo Corrêa, tudo indica que, na verdade, tratava-se de óxi.
“Os investigadores queimaram algumas pedras para analisar o material e a substância soltou uma espécie de óleo, que é um resíduo do querosene do óxi que o crack não solta. Só foi registrado como crack porque os investigadores não sabiam da existência do óxi. Agora, qualquer coisa que a gente apreender, vamos ficar de olho”, afirmou o delegado.
Ainda segundo Corrêa, pedras estão sendo vendidas na cracolândia por R$ 2 a R$ 5, valor inferior ao que normalmente o crack é comercializado (entre R$ 7 e R$ 10), o que pode ser um indício do comércio de óxi. Também há relatos não-oficiais de uso de óxi na região da avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul da capital. “Se olharmos o percurso da droga, o próximo destino é São Paulo, que é o grande centro consumidor de crack. Nada impede que o óxi chegue aqui”, disse.

Efeitos e danos ao organismo

A pasta base é feita a partir da trituração da folha de coca, encontrada nos países andinos (Bolívia, Peru, Colômbia e Equador). Para obter a pasta base, utiliza-se ácido sulfúrico e outros componentes tóxicos. No óxi, a pasta base é misturada com combustível e cal virgem, componentes corrosivos e extremamente danosos ao organismo.
A droga inalada chega ao cérebro entre 7 e 9 segundos, apenas, e acelera o metabolismo do usuário, causando sensações de euforia, depressão, medo e paranoia. Diferente da cocaína, os efeitos duram pouco tempo, no máximo 10 minutos. Essas circunstâncias obrigam o drogado a inalar o óxi repetidamente para manter o “barato”, o que aumenta as agressões ao organismo.
De acordo com o psiquiatra Pablo Roig, diretor de uma clínica particular de recuperação de drogados, o que torna o óxi mais letal que o crack é, em primeiro lugar, os componentes adicionais --cal e combustível-- e, em segundo, a quantidade do princípio ativo da cocaína, que no óxi é de 60% do composto, um pouco superior ao encontrado no crack.
“São substâncias com alta toxicidade, que causam dificuldades na respiração, fibroses e endurecimento do pulmão. Afetam o sistema cardiorrespiratório e promovem uma vasoconstrição muito intensa. Muitos usuários têm perda de consciência, o que leva a uma parada cardíaca e ao coma”, afirma o médico.
A maioria dos usuários intercala as inaladas com doses de álcool para controlar a sensação de abstinência causada pela droga, o que ataca o fígado e o sistema digestivo, fazendo com que os usuários tenham diarreia e vômito. Muitos usuários de óxi apresentam aparência amarela por conta dos efeitos da droga no fígado.
“O álcool com a substância da cocaína forma o cocaetileno, que pode provocar esteatose hepática (gordura no fígado) e cirrose”, diz Roig. O cocaetileno também é uma substância tóxica para o miocárdio, o que pode também provocar morte súbita.
Ainda não há um estudo sobre a letalidade do óxi. Nos próximos dias, a Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Justiça, divulgará um amplo estudo sobre o crack que também deve abordar o óxi. No entanto, segundo o delegado do Denarc, em média 30% dos usuários da droga não sobrevivem após um ano de uso.

sábado, 16 de abril de 2011

Implosão de aliança histórica em SP pressiona Alckmin

"PSD surge sem viés ideológico claro"
O grupo político que desde 2003 comanda o Estado de São Paulo e a capital paulista desde 2005 vive sua pior crise e pode ser implodido. Tudo por conta da criação do PSD (Partido Social Democrático) pelo prefeito Gilberto Kassab e de sua aproximação da base de apoio da presidente Dilma Rousseff.


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) está propenso a demitir do secretariado o vice-governador, Guilherme Afif, um dos primeiros a anunciar a saída do DEM para seguir Kassab no novo partido. A decisão de Afif provocou imenso incômodo entre tucanos exatamente pelo seu simbolismo político: o vice-governador era o elo da histórica aliança do PSDB com o DEM. Em 2002, foi Kassab que indicou Cláudio Lembo para vice de Alckmin. Em 2004, o próprio Kassab foi o escolhido para vice de José Serra na Prefeitura. No ano passado, o DEM designou Afif para novamente compor com Alckmin. Agora, Kassab, Lembo e Afif estão fora do DEM.

Considerado um dos "fiadores" da coligação PSDB-DEM, Afif está desde a posse à frente da poderosa Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pasta que gerencia a rede de ensino técnico do governo paulista, uma das principais vitrines tucanas. Partiu do DEM a exigência para que Alckmin dê espaço político relevante ao partido no governo e deixe Afif como uma figura quase decorativa no cargo de vice.

Anteontem, o senador Agripino Maia (RN), presidente do partido, almoçou com o governador e reivindicou o cumprimento de compromissos estabelecidos quando a aliança foi firmada: uma secretaria importante. Na conversa, foram discutidas três possibilidades para alojar o DEM. A mais cobiçada é a secretaria hoje comandada por Afif. A outra, praticamente rejeitada pelo DEM, é a pasta da Agricultura - João Sampaio está saindo do cargo. O governador prometeu ainda analisar uma terceira possibilidade. O DEM exige visibilidade e força política. "O espaço do DEM no governo Alckmin é um fato", sentenciou Agripino.


Corpo de enteada de Roberto Carlos será enterrado às 17h em SP

Foto: Divulgação Zoom Luto: Roberto Carlos e a enteada Ana Paula Braga

Roberto Carlos chegou pouco depois das 15h ao velório de sua enteada, Ana Paula Rossi Braga Ferreira, na Capela do Einstein, em São Paulo.


Ela morreu na madrugada deste sábado, dia 16, após sofrer uma parada cardíaca no apartamento onde morava em Moema, na zona sul da capital.

O corpo está previsto para ser enterrado às 17h no Cemitério do Araçá.

Ana Paula tinha 47 anos e, embora não fosse filha biológica do cantor, ele a assumiu como tal quando se casou com a primeira mulher, Cleonice Rossi. Da relação nasceram outros dois filhos: Dudu Braga e Luciana.

Roberto completa 70 anos na próxima terça-feira, dia 19, e faria um show no Ginásio Alvares Cabral em Vitoria, em Espírito Santo, na data, porém, devido ao ocorrido, decidiu cancelar a apresentação em sinal de luto.

O evento deve ser remarcado pelo seu empresário nos próximos dias.

Vale lembrar que em 2010, o artista perdeu a mãe, Lady Laura, também às vésperas de seu aniversário. Ele recebeu a notícia pouco depois de se apresentar em Nova York.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cássio visita Shaolin e fala em discreta melhora

cássio


cássio
O senador eleito Cássio Cunha Lima visitou na manhã deste domingo (10), Francisco Jozenilton Veloso, o Shaolin, internado no Hospital das Clínicas no Estado de São Paulo. De acordo com Cássio, o quadro clínico do humorista continua estável no aspecto neurológico e apresenta uma discreta melhora.

A informação foi repassada por Cássio, na tarde de hoje em seu microblog Twitter. Ele falou ainda que a dedicação de Laudicéia Veloso, esposa de Shaolin, é um exemplo.

O humorista Shaolin está internado há quase três meses, após ter sofrido um acidente, no dia 19 de janeiro na cidade de Campina Grande.

Outros Wellingtons estão soltos

image

Na sociedade contemporânea a internet é um grande instrumento de pesquisa e de construção de amizades, através das chamadas “redes sociais” as pessoas pedem conhecer e ate mesmo começarem um relacionamento e chegarem a casar.


O caso do massacre do Rio de Janeiro, onde um maníaco tirou a vida de crianças inocentes, intriga e deixa a sociedade em alerta. Em sua pagina do Orkut ele anunciava o que um dia iria acontecer. Outros membros dessa comunidade que com ele trocavam recados, já manifestaram a intenção de realizar algo monstruoso como o que foi feito.

O que fazer com esse espaço (internet)? Que na verdade só revela uma personalidade que estaria escondida dentro de cada um, e coloca para sociedade os monstros que ela própria tem construído ao longo dos tempos

quinta-feira, 7 de abril de 2011

As 12 vítimas do massacre em escola do Rio de Janeiro


 Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos - Maria Madalena, avó de Ana Carolina, se emocionou ao passar em frente ao vaso de flores com o nome da neta “Tchau, minha netinha, tchau”. A menina ia para a escola sempre contente, segundo ela.


Bianca Rocha Tavares, 13 anos - Tinha uma irmã gêmea que também foi baleada pelo atirador. Sonhava em ser pediatra e morreu ao tentar salvar uma amiga, segundo relatos de amigos de classe. A avó lembrou que ela era vaidosa. “Era linda, gostava muito de ir à escola, tinha o cabelo comprido e cuidava dele com carinho”, afirmou Maria José dos Reis Rocha, de 59 anos.

Géssica Guedes Pereira, 15 anos - Estudiosa, Géssica participava um curso preparatório para entrar na Marinha. Ela jogava vôlei na escola e era fã de funk.

Igor Moraes da Silva, 13 anos - Sonhava em ser jogador de futebol. O amigo Douglas Ramaro lembrou que o menino estava feliz no dia em que morreu. O motivo: havia ganhado uma chuteira de presente. No seu enterro, Roberto Dinamite, presidente do Clube Vasco da Gama, compareceu. Igor era aluno da escolinha de futebol do clube.

Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14 anos - Karine queria ser atleta e integrava uma equipe de salto em distância de um projeto para jovens da polícia militar desde o início deste ano.


Larissa dos Santos Atanásio, 13 anos - Torcedora do time de futebol Vasco da Gama e religiosa, Larissa era também muito vaidosa. Já havia feitos desfiles e sonhava com a passarela. "Ela era sempre muito alegre e amiga. Conversava sempre com todo mundo. Tirava boas notas e queria seguir o sonho de ser modelo”, afirmou a amiga Jéssica Ferreira.

Laryssa Silva Martins, 13 anos - Segundo parentes, Laryssa era reservada e não saía muito de casa. Apesar disso, vários amigos compareceram ao seu enterro. No seu perfil no Orkut, a jovem mostrava que era fã de fotografias e sempre estava sorrindo nas fotos.

Luiza Paula da Silveira, de 14 anos - Fã de Ivete Sangalo, Luiza foi enterrada sob o canto de sua música preferida da cantora, “Quando a Chuva Passar”. Ela estava no 8º ano do Ensino Fundamental e se preparava para a festa de aniversário de 15 anos, que seria em setembro. “O pai já havia pago tudo e ela iria escolher o vestido na próxima semana", contou a amiga Jéssica Lauane.



Mariana Rocha de Souza, 12 anos - Um helicóptero da Polícia Civil jogou pétalas de rosa sobre o cemitério em que Mariana Rocha de Souza foi enterrada nesta sexta-feira. A menina, estudiosa, planejava ser modelo e sempre fazia poses para as fotos. O irmão dela, de 9 anos, estava na escola no dia do massacre e correu para procurá-la, mas a encontrou já na ambulância.


Milena dos Santos Nascimento, 14 anos - Estava no 6° ano do Ensino Fundamental da Escola Tasso da Silveira. Tinha duas irmãs que também estudavam na unidade de ensino, mas nada sofreram. De acordo com amigos, Milena era muito estudiosa e não faltava a nenhum dia de aula.

Rafael Pereira da Silva, 14 anos - Calmo, tranquilo e estudioso. Foi assim que vários amigos o definiram. Gostava de rock e era fã da banda Linkin Park. Ele foi um dos dois meninos mortos pelo atirador. Era aluno do 9° ano da Escola Municipal Tasso da Silveira.

Samira Pires Ribeiro, 13 anos - No site de vídeos Youtube é possível encontrar uma homenagem a Samira, que estava no 8º ano. Com a descrição “Foi Entregue nas Mãos de Deus!! Mais um Anjo”, o vídeo começa com uma imagem do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a mensagem “Luto”.









Homem invade escola no Rio e mata 11 crianças

Ao ser atingido por um tiro disparado pela polícia, Wellington Menezes de Oliveira se matou com um tiro na cabeça


              Doze pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas na manhã desta quinta-feira (7) na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo relações-públicas do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Evandro Bezerra. De acordo com a Polícia Militar, um homem, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a instituição de ensino por volta das 8h e disparou contra alunos e funcionários.
             Segundo o Corpo de Bombeiros, entre os mortos estão dez meninas, um menino e o autor dos disparos. Os feridos - 10 meninos e 3 meninas - foram encaminhadas para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e Hospital Central da Polícia Militar.
             A direção da escola informou que o homem - que era um ex-aluno - se passou por um palestrante para entrar na instituição de ensino. A escola está completando 40 anos e alguns ex-alunos têm ido ao local dar depoimentos aos atuais estudantes. Segundo testemunhas, Wellington estava com duas armas e munição profissional. Com o início do barulho dos tiros, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas das salas para proteger os alunos.
              Quando estavam indo para o terceiro andar da escola, o atirador teria se deparado ainda dentro da escola com um sargento da Polícia Militar. O soldado participava de uma blitz do Detro na região para apreender vans piratas quando foi avisado por duas crianças feridas. O policial teria pedido para Wellington se render. Como o mesmo não respeitou, o sargento deu um tiro no abdômen do suspeito. Logo depois, o atirador caiu e se matou com um disparo na cabeça. "A tragédia poderia ter sido pior", avaliou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte.

              De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 400 alunos do Ensino Fundamental com idades entre 9 e 14 anos estudam na escola municipal no turno da manhã. Por conta do ocorrido, a movimentação foi intensa na manhã desta quinta-feira em frente à instituição de ensino. A rua onde fica localizada a escola segue interditada e policiais militares do 14º BPM (Bangu) estão no local. Ainda não há informações sobre o que teria motivado o crime. O atirador não tinha antecedentes criminais.

              O subprefeito da zona oeste, Edmar Teixeira, informou que Wellington deixou uma carta antes de praticar o crime. No documento, que foi entregue à Divisão de Homicídios da Polícia Civil, o homem relatou que era portador do vírus HIV. "Na carta, ele dava indícios de que era uma pessoa desequilibrada. Em alguns trechos, escreveu que não tinha mais vontade de viver e citou os nomes de alguns professores e alunos", contou o subprefeito.
              O carteiro Ercílio Antunes, de 44 anos, mora em frente à escola e estava indo para o trabalho quando o tiroteio teve início. "Ouvi muitos gritos e disparos. Logo depois, surgiram crianças correndo e entraram na minha casa, que estava com a porta aberta. Elas estavam chorando, amedrontadas e sujas de sangue. Pensei em ir ao colégio, mas ao ouvir mais disparos, eu voltei. Poderia ter sido outra vítima", relatou.